O governo federal anunciou, nesta quarta-feira, dia 24, o Plano Nacional de Exportações 2015-2018, que objetiva fortalecer o comércio exterior e estabelece cinco pilares destinados a garantir a previsibilidade, a abordagem sistêmica do comércio exterior e o desenvolvimento regional por meio das exportações. Para o polo moveleiro de Bento Gonçalves, que conta com aproximadamente 300 empresas e gera cerca de nove mil empregos diretos, as exportações ajudam na manutenção e ampliação de empregos, melhor qualificação e remuneração da mão de obra, estímulo à inovação e maior produtividade e competitividade.

Segundo o presidente do Sindmóveis, Henrique Tecchio, ainda há muito a ser feito para que a indústria ganhe competitividade internacional, já que o Brasil tem um dos piores ambientes de negócios da América Latina e do mundo, ocupando a posição 120 de 189 países no ranking de facilidade de fazer negócios. “É um alívio que o governo tenha reconhecido e iniciado um movimento para possibilitar que as empresas possam crescer no âmbito das exportações. Todavia, o plano ainda é incipiente e precisamos de muitas ações concretas para entrar em operação e promover benefícios palpáveis para toda a indústria brasileira”, avalia.

A atual situação das exportações no polo moveleiro de Bento Gonçalves é crítica. Depois de atingir um valor exportado de US$ 57,7 milhões em 2012, o polo sofreu duas quedas consecutivas em 2013 e 2014, quando exportou pouco mais de US$ 48 milhões. Nesse ano, os dados de janeiro a maio já mostram queda de 21,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A redução é bastante severa e afeta diretamente a renda e os empregos gerados pelas indústrias. As perdas mais significativas ocorreram na Colômbia, Chile, Angola, Namíbia. Somadas, esses países deixaram de importar US$ 5 milhões nos cinco primeiros meses do ano em relação a igual período do ano passado.

Apesar do incentivo às exportações, o Sindmóveis pontua grandes desafios a serem superados no ambiente interno, como a complexidade tributária, infraestrutura precária e burocracia elevada, incluindo a desaceleração do PIB, incertezas econômicas e a alta inflação.

 

Pilares do Plano Nacional de Exportações

 

- Acesso a mercados: ampliação de parcerias por meio da remoção de barreiras.

- Promoção comercial: governo diz ter identificado 32 mercados prioritários.

- Facilitação do comércio: desburocratização e simplificação dos processos aduaneiros com o objetivo de reduzir prazos e custos.

- Financiamento e garantia às exportações: aperfeiçoamento e aumento de recursos para o Programa de Financiamento às Exportações (Proex), o BNDES-Exim e o Seguro de Crédito à exportação.

- Aperfeiçoamento de mecanismos e regime tributários para o apoio às exportações: governo quer reformar o PIS e a Cofins com um novo formato já em 2016.

 

 

Fontes:

Publicado em: 2015-06-24

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