Aplicação de cores a bolsas luxuosas, lustres de vime em tons nada tradicionais, luminárias feitas de alumínio amassado. A inovação de materiais no design pautou o Seminário Internacional “A Forma Segue a Matéria”, com o italiano Clino Trini Castelli, o chileno Cristian Domínguez e o brasileiro Brunno Jahara. Iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), o evento foi promovido nesta quarta-feira, 12, durante o São Paulo Design Weekend.

Pioneiro no estudo da aplicação de cores a diferentes itens de design, Castelli carrega no currículo marcas consagradas como Lamborghini, Fiat e Louis Vuitton. O italiano, que é entusiasta da simplicidade na composição de produtos, sustenta a ideia de que a matéria está na base de todas as formas. “Embora a forma seja fundamental, ela dá espaço à cor e assume um papel secundário”, pontua. Castelli ainda defende que o design está distanciando-se da forma e concentrando-se em outros conceitos.

Já Domínguez e Jahara exploram como ninguém o uso de diferentes materiais. Produtos de iluminação feitos em vime e itens para casa em madeira pinus com acabamento natural são os carros-chefe do designer chileno.  “Minha ideia é trabalhar o lado sensorial do produto. Em uma das linhas, passo a impressão de que é possível comer os objetos. Isso é o que o material comunica, em função da textura”. Durante a palestra, Domínguez também alertou para o papel equivocado dos designers locais. “Novos designers da América Latina se dedicam a desenhar, fabricar e vender. O mesmo não acontece na Europa”.

Enquanto isso, Jahara, que já integrou o departamento de design da Fabrica, o Centro de Comunicação e Pesquisa da Benetton, não abre mão da brasilidade por onde passa. Para valorizar a natureza e a cultura do país, mescla em suas peças recursos como madeira, latão, porcelana, vidro, plástico e papel. Nas mãos do brasileiro, o alumínio é capaz de ganhar uma linguagem divertida apenas com algumas marteladas. É o caso da linha de vasos e luminárias feita a partir dessa técnica. E que tal desenvolver fruteiras a partir de tampinhas coloridas? O resultado só reforça a busca constante pela sustentabilidade nos trabalhos de Brunno.

As palestras foram realizadas no Jockey Club, com a consultoria da crítica de design Maria Helena Estrada.

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Publicado em: 2015-08-14

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