O setor moveleiro continua enfrentando grandes dificuldades, reflexo da grave crise econômica do país. Em relação a Bento Gonçalves, dados do primeiro trimestre de 2016 indicam uma queda de 20,8% no faturamento em termos nominais, o que intensifica a queda de 13,4% ocorrida no ano de 2015. No RS, a queda nominal é de 13,5% no trimestre.

As exportações de Bento Gonçalves, por sua vez, caíram 24,6% em dólares no primeiro trimestre, agravando ainda mais a situação das empresas, que já haviam tido desempenho negativo de 27% no ano passado.

O desempenho negativo generalizado afeta de forma aguda os empregos no setor. Após o fechamento de mais de 1.100 postos de trabalho em 2015, o primeiro trimestre de 2016 registrou uma queda de 96 empregos diretos na indústria de móveis de Bento Gonçalves, o que evidencia o grave momento enfrentado pelo setor. No Brasil, foram quase 2 mil vagas de empregos na indústria moveleira fechadas no período.

O boletim Focus do Banco Central já indica uma expectativa de queda de 3,88% no PIB em 2016, ainda maior do que a queda de 2015, que foi de 3,8%. Em relação ao setor moveleiro, dados do primeiro bimestre mostraram uma queda de 14,5% na produção de móveis brasileira, sendo que em 2015 esse indicador já havia caído 14,6% no ano.

Embora o momento seja de cautela para o polo moveleiro, o presidente do Sindmóveis, Henrique Tecchio, pontua que a indústria ainda deverá sentir nos próximos meses os efeitos da participação na Movelsul Brasil, realizada em março, em Bento Gonçalves. Essa foi uma edição histórica para a feira, não apenas pelas comemorações das 20 edições, mas também pela presença recorde de compradores estrangeiros. “Uma das saídas é, justamente, investir na diversificação de mercados e estratégias de promoção comercial. O Sindmóveis contribui com a realização de ações que fomentam a adoção do design e inovação como estratégia competitiva, além da promoção comercial em si e pesquisas de inteligência de mercado”, pontua.

Alguns resultados desse trabalho das empresas já estão sendo sentidos com ganhos nas exportações, como é o caso de Reino Unido (19%), Estados Unidos (959,5%), Colômbia (125%) e Bolívia (55,7%).

Fontes:

Publicado em: 2016-04-29

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